sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Girar.


Sentir a água cair no seu corpo. Retirar toda a sujeira vinda da rua. Lavar os maus pensamentos. Focar em si. Secar seu corpo. Aos poucos vestir-se. Olhar no espelho. Ver a si mesma. Escutar sua banda preferida. Aumentar o volume do som.
Girar. Girar. Girar. Girar...
Era tudo o que precisava para se sentir viva.

Por: Ilka Souza

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A menina e as palavras

Enquanto a menina corria ao encontro das palavras elas simplesmente desapareciam.
A garota andava, se entreolhava... Balbuciava,
Mas os sentidos que realmente buscava insistentemente não vinham.
As palavras, no entanto, com o passar do tempo desenvolveram o livre desejo de abraçá-la, porém quando acontecia, raramente a garota notava.
Iniciava-se então um eterno pique - esconde entre escritora e poesia.
Havia horas de ânimo, desânimo e de completa apatia.
Muitas vezes quando uma palavra intercedia, a garota estava dormindo e em forma de sonho ela se recriava. Se ela se lembrasse de tudo ao acordar isso sim causaria completa alegria.
Quando ocorria de, ao menos, pequenos pedaços das belas histórias saltarem-lhe à mente, ela logo anotava, senão tudo se apagava...
Assim levava a vida a triste escritora que se perdeu no caminho da poesia.

Por: Ilka Souza

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Confissão

Escrevo para expulsar a realidade latente que há dentro de mim. Às vezes dou-me conta de que não passa de uma tentativa inútil, sabe-se lá...
Mas acredito nas palavras escritas e isso faz doer menos, engana os meus sentidos, parece uma espécie de droga alucinógena que causa menos autodestruição. Pena que o efeito é oscilante.
Escrever...
Quem sabe não signifique salvação?

Por: Ilka Souza