domingo, 20 de novembro de 2011

Devagarinho

As mais belas palavras,
Aquelas mesmas...
As mais desejadas.
Talvez eu não queira mais ouvi-las.
Ou então eu não sei como recebê-las.
Culpa de conceitos,
Medos,
Dúvidas.
Não me resta nada a perder,
Tenho é tudo a ganhar.

E quando olho pra ti minha voz emudece,
A saliva se esvai,
Meus reflexos desobedecem.
Vem-me aquele pertinente frio na barriga
Mas o meu coração,
Ah! Estúpido coração...
Ele não acelera.
O que eu mais quero é saber que te amo.

No entanto,
 Nada como o tempo para me fazer notar o inevitável:
Não quero viver com tua ausência,
Sua presença me detém num estado em que
só a euforia me contém.
Noto, enfim, que uma reformulação bem à altura me convém:
O “eu te amo”, como diria Quintana:
“tem de ser bem devagarinho”.


Por: Ilka Souza