segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A menina e as palavras

Enquanto a menina corria ao encontro das palavras elas simplesmente desapareciam.
A garota andava, se entreolhava... Balbuciava,
Mas os sentidos que realmente buscava insistentemente não vinham.
As palavras, no entanto, com o passar do tempo desenvolveram o livre desejo de abraçá-la, porém quando acontecia, raramente a garota notava.
Iniciava-se então um eterno pique - esconde entre escritora e poesia.
Havia horas de ânimo, desânimo e de completa apatia.
Muitas vezes quando uma palavra intercedia, a garota estava dormindo e em forma de sonho ela se recriava. Se ela se lembrasse de tudo ao acordar isso sim causaria completa alegria.
Quando ocorria de, ao menos, pequenos pedaços das belas histórias saltarem-lhe à mente, ela logo anotava, senão tudo se apagava...
Assim levava a vida a triste escritora que se perdeu no caminho da poesia.

Por: Ilka Souza

3 comentários:

Sinapse disse...

Magnífico. Muito me identifico, essa intimidade tão cortada, pertence aos poucos que nos estados vulneráveis mais são poetas que qualquer outra coisa.

IlkaSouza disse...

E põe estados vulneráveis nisso Camila! (:
Muito obrigada pelo comentário viu!

Belma Andrade disse...

Os "momentos de inspiração" absurdamente estranhos perseguem alguém que gosta de fisgar essas palavras pra colecioná-las nos papéis...