quarta-feira, 25 de maio de 2016

Havia uma flor

Havia uma flor.
Como eu diria? Tão rosa...
Carregada na mala de um viajante das horas.
Precisava de zelo, a singela da rosa
Mas não era notada, pois corria o tempo!

Segundos travessos passeavam em volta,
Minutos apressados os guiavam afora,
Mas ao adentrarem, juntos, o infinito [do tempo!],
O ponteiro da hora esbarrou foi num beco
Estreito e sombrio, o avesso da aurora.

E assim ressecavam suas pétalas caídas,
[pobre da rosa]
A chuva por vezes lhe regava por pena...
Ansiava o dia que
[talvez]
Por olhos perdidos
Fosse, ela, encontrada, no intervalo das horas.


Ilka Souza

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